Para o estudo de regência dos verbos, é importante lembrar que é a relação de dependência que o verbo (termo regente) tem com os seus complementos (termos regidos). O verbo pode ser transitivo (direto ou indireto) ou intransitivo, ou seja, o verbo pode pedir um complemento ou não.
Lembre-se de que a regência dos verbos aqui estudada é de acordo com a variedade padrão da língua. Caso o emprego seja de acordo com a variedade coloquial, a regência poderá ser diferente.
Vamos relembrar, neste post, a regência dos verbos necessitar, namorar e agradecer.
Regência do verbos
1) Necessitar:
No sentido de precisar ou de carecer, o verbo necessitar é transitivo indireto, com o auxílio da preposição de, embora seja comum também sem a preposição, tornando-se transitivo direto.
Essas crianças necessitam de atenção e carinho.
Essas crianças necessitam atenção e carinho.
Todo idoso necessita de cuidados médicos e assistência da família.
2) Namorar
A regência do verbo namorar é sempre discutida em sala de aula, pois muitos alunos se espantam ao saber que é um verbo sem o uso de preposição, portanto transitivo direto. Veja:
João namora a aluna do 3o ano.
Marcos namorou Carla por seis anos, mas não se casou com ela.
Namorar você foi a melhor coisa que fiz na vida!
Há também a forma intransitiva:
Namorar faz bem à alma!
Apesar da regência ditada pela linguagem padrão, há gramáticos que já aceitam a transitividade indireta por analogia ao verbo casar ou noivar.
Namorar com você me faz bem!
Casei com Flávio há seis anos.
Vou noivar com Sofia no próximo sábado.
3) Agradecer
A regência desse verbo, geralmente, é empregada com dois objetos (um com preposição e outro sem).
O objeto sem preposição é para indicar o que será agradecido; o objeto com preposição serve para indicar a quem será agradecido.
Agradeço muito a meus pais o estudo recebido.
a meus pais: objeto indireto (referente à pessoa)
o estudo recebido: objeto direto (referente à coisa)
Agradeci a Deus a vida recebida.
Há também a forma de empregar somente um objeto.
Agradeceu a elas.
Agradeceu o presente.
Necessitar, namorar e agradecer são três verbos com regência bem simples, muito tranquilos de se trabalhar. Sendo assim, sem mais demora, vamos à prática.
EXERCÍCIOS
1) Assinale a alternativa em que não há erro de regência verbal, obedecendo às normas da gramática.
- a) Por enquanto, não quero namorar com ninguém.
- b) Eu já o agradeci pelo favor.
- c) Agradeça o carteiro a correspondência entregue.
- d) Namorei durante anos com Marcelo, mas tudo tem um fim.
- e) Os flagelados necessitam de muita ajuda para se reerguer.
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Letra e)
2) Complete os espaços abaixo com a preposição adequada, caso haja obrigatoriedade.
- a) Agradeceu ______ o colega o favor prestado.
- b) Agradecemos ______ ela o convite enviado.
- c) Não posso namorar ____ você só por vaidade!
- d) Os filhos necessitam______ atenção dos pais em tempo integral.
- e) Posso namorar ____ pessoas mais velhas?
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a) a
b) a
c) –
d) de
e) –
3) Assinale a alternativa em que o verbo em destaque apresenta a mesma regência que o verbo agradecer em: ”Agradeça aos pais o carinho recebido.”
- a) O professor chamou os alunos.
- b) Este é o filme que o aluno gostou.
- c) Responda ao questionário com atenção.
- d) Corra ou irá perder a condução!
- e) Darei a notícia a eles, assim que possível.
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Letra e)
4) Assinale a alternativa em que o verbo grifado apresenta a mesma regência do verbo namorar em: “Ele ainda não namorou ninguém.”
- a) João amava Teresa que gostava do José.
- b) Case-se cedo, pois a vida é curta!
- c) Os meninos suspiravam pelas meninas do terceiro ano.
- d) Não simpatizei com ninguém naquela festa.
- e) Os candidatos à vaga de estagiário chegaram cedo ao local.
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Letra a).
5) Leia o texto abaixo para responder ao que se segue:
– Filha minha não casa com filho de carcamano!
A esposa do conselheiro José Bonifácio de Matos e Arruda disse isso e foi brigar com o italiano das batatas. Teresa Rita misturou lágrimas com gemidos e entrou no seu quarto batendo a porta. O conselheiro José Bonifácio limpou as unhas com o palito, suspirou e saiu de casa abotoando o fraque.
(MACHADO, Antônio de Alcântara. Brás, Bexiga e Barra Funda. BH, 2001)
Ao se analisar a primeira linha do texto, percebe-se que o verbo casar foi empregado como transitivo indireto com uso da preposição com. Se quiséssemos substituir o verbo casar pelo namorar, como ficaria?
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Filha minha não namora filho de carcamano!
Tranquilo, não? Espero ter contribuído com seu estudo. Obrigada por passar um tempo com o Ramos do saber e até a próxima!
Caso precise recordar mais dados sobre a regência dos verbos, acesse também os seguintes posts sobre esse assunto.
E se você quiser uma sugestão de gramática para apoiar seus estudos, deixo aqui a minha recomendação de leitura, Gramática comentada com interpretação de textos para concursos, de Adriana Figueiredo.