Vícios de linguagem

Os vícios de linguagem se caracterizam quando há o desvio da norma padrão por falta de conhecimento da língua da parte do falante ou por algum descuido. Neste artigo, veremos os  vícios de linguagem mais recorrentes. São eles: barbarismo, solecismo, ambiguidade, cacófato, pleonasmo vicioso e eco.

Vícios de linguagem e Linguagem coloquial

Antes de iniciarmos, é bom deixar claro que  vícios de linguagem e linguagem coloquial são conteúdos completamente distintos. Os vícios apresentam, entre outros, ambiguidades, erros ortográficos, empregos incorretos de determinadas palavras, causando problemas de interpretação de forma não intencional.

Já o  coloquialismo é caracterizado por uma linguagem mais imediatista, com uso de gírias, contrações, abreviações por se tratar de conversas mais informais, cotidianas, conversas com pessoas com as quais temos um pouco mais de intimidade. Como exemplo: “tô” (estou), “cê” (você) e “peraí” (espere aí”). A linguagem coloquial é mais espontânea, natural, sem preocupações com normas gramaticais.

Barbarismo

O barbarismo nada mais é que erros de ortografia das palavras de acordo com a norma padrão, assim como a pronúncia inadequada. 

Forma erradaForma correta
excessãoexceção
rúbricarubrica
testotexto
texteteste
tráfego de drogastráfico de drogas
Oque é isso?O que é isso?
mendingomendigo

A pronúncia correta é sem intensificar o fonema i; ele não forma sílaba sozinho, pois é um ditongo e não um hiato: gra-tui-to. (E não: gra-tu-í-to).

Solecismo

O vício de linguagem chamado de solecismo consiste na inadequação da sintaxe (de concordância, de regência, de colocação pronominal etc.)

Fazem horas que espero na entrada. (Correção: Faz horas…)

Me espere! (Correção: Espere-me!)

Haviam meses que não via ele. (Correção: Havia meses que não o via.)

Ambiguidade

O vício de linguagem “ambiguidade” torna-se um erro quando não há intenção de duplo sentido e que ainda prejudique a informação.

Pintaram o banco. (O banco é uma agência bancária ou local para se sentar?)


Alguns gramáticos diferenciam a ambiguidade da anfibologia que  decorre de uma construção sintática que causa mais de um sentido.

A garota viu o incêndio do prédio.

Perceba: A garota viu o incêndio estando num prédio ou viu o incêndio deste prédio estando em outro lugar? Há mais de uma possibilidade de compreensão, certo?

Cacófato

Ao se juntar determinadas palavras, o resultado é um som bem desagradável.

Olhe a boca dela! (“cadela”)

Desculpe então! (“pintão”)

Nosso hino é lindo! (“suíno”)

Distribuirei um por cada! (“porcada”)

Meu coração por ti gela. (“tigela”)

A fé de nosso povo é forte! ( “fede”)

Como elas não vieram? (“moelas”)

Pleonasmo (vicioso)

Com exceção dos pleonasmos estilísticos, que muitos escritores utilizam, há o vício de linguagem chamado também de pleonasmo, como uma repetição de informação sem necessidade sem nenhum recurso expressivo.

Subir pra cima.

Descer pra baixo.

Hemorragia de sangue.

Entre pra dentro! Saia pra fora!

O vereador municipal irá se atrasar.

Encare de frente!

Ganhe de graça o cupom de desconto!

Dê uma ré pra trás.

Doença pulmonar no pulmão.

Elo de ligação.

Eco

O vício de linguagem chamado de eco é a repetição de palavras terminadas com o mesmo som.

A decisão da votação da festa de São João, na  Abolição, causou comoção na população.

Clemente mente tão alegremente que nem sente a dor da gente.


E esse foi o nosso artigo sobre vícios de linguagem. Gostou do assunto? Deixe seu comentário e obrigada por aproveitar seu tempo conosco.


Referências

  1. TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo: Scipione, 2011. 
  2. FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar Gramática. São Paulo: FTD, 2014. 
  3. MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva, 2007. 

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E se você quiser uma recomendação de leitura, sugiro a Gramática comentada com interpretação de textos para concursos, de Adriana Figueiredo. São muitos exercícios e questões comentadas para acelerar seu aprendizado.

O estudo da gramática é importante para não cometermos vícios de linguagem.

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