Tipos de predicado – predicado verbal

Para dar continuidade aos termos essenciais da oração, recordaremos os tipos de predicado que podem existir em uma oração. Neste post, estudaremos o predicado verbal apenas.

Leia mais: clique aqui e relembre a primeira aula sobre Sintaxe: tipos de sujeito.

O que é o predicado? 

Acerca da definição do predicado, podemos citar alguns gramáticos:

“É o termo da oração que apresenta uma declaração a respeito do sujeito. O predicado sempre contém o verbo.”   (Mauro Ferreira em Aprender e praticar gramática.)

“Predicado é o termo que expressa aquilo que se afirma a respeito do sujeito, quando a oração é constituída por dois termos: sujeito e predicado. Quando há ausência de sujeito, o predicado encerra o processo verbal em si mesmo.”  (Roberto Melo Mesquita em Gramática da Língua Portuguesa)

Observe a frase abaixo:

A oração “A natureza é um espetáculo!” apresenta os dois termos essenciais da oração:

sujeito: A natureza

predicado: é um espetáculo! 

No caso do predicado acima, ele enuncia uma qualidade do sujeito.

Já na frase “ Havia engarrafamento na estrada de São Leopoldo”, a ação encerra no próprio verbo. Trata-se de um sujeito inexistente, visto que o verbo haver, no sentido de existir, é impessoal.

Quais os tipos de predicado?

Existem três tipos de predicado: verbal, nominal e verbo-nominal. Essa nomenclatura é referente à classe gramatical do núcleo do predicado.

Se houver um verbo como núcleo, teremos um predicado verbal:

Caso o núcleo seja um nome (adjetivo ou locução), o predicado será nominal:

Com dois núcleos (verbo e nome), o predicado será classificado como verbo-nominal:

Predicado verbal

O predicado verbal é aquele que tem um verbo significativo como núcleo, verbo que encerra uma ação (transitivos ou intransitivos). 

Verbos intransitivos

Os verbos intransitivos são aqueles que não precisam de complementos, porque já possuem sentido completo.

Mas preste atenção no contexto por inteiro. Os verbos podem mudar de classificação dependendo da frase em que estão inseridos.

Exemplos: 

Todos os verbos em destaque são intransitivos, pois os verbos, por si só, possuem sentido completo. Nesses casos, não existem complementos verbais, por isso o nome intransitivo (a ação não transita para o seu complemento).

Agora observe os exemplos abaixo:

Já nos exemplos acima, percebemos que os verbos em destaque tiveram sua transitividade alterada. Isso é comum, inclusive, quando se usa os verbos em sentido figurado.


Verbos transitivos

Os verbos transitivos são aqueles que pedem um complemento para ter seu sentido completo. Sem esse complemento, não entendemos a ação por inteira; ficam faltando alguns dados que podem prejudicar a mensagem.

Exemplos:

Se o enunciado terminasse no verbo, a mensagem estaria incompleta. Quem vê, vê algo, certo?

Percebe-se que os verbos “vimos”, “percebemos” e “precisam” são transitivos, pois pedem um complemento. Vimos o quê? Percebemos o quê? Precisam de quê?

Quando o verbo pede esse complemento sem preposição, temos o verbo transitivo direto, como nos exemplos 1 e 2.

Caso o verbo venha com  preposição, dizemos que é um verbo transitivo indireto, como no exemplo 3.

Leia:

“[…] Quando eu tinha seis anos

Não pude ver o fim da festa de São João

Porque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo[…]”  

(Manuel Bandeira, Profundamente)

Nesse pequeno trecho do poema de Manuel Bandeira, os verbos em destaque são classificados como transitivos diretos, pois possuem complementos. Esses complementos verbais são chamados de objetos diretos.

Na imagem abaixo, a frase contém apenas  verbos transitivos indiretos.

Precisamos de quê? Carecemos de quê?

Ao se responder a essas perguntas, temos como resposta: “de empatia” e “de resiliência!”

Esses dois complementos são classificados como objetos indiretos, pois fizeram uso da preposição de.

Verbos transitivos diretos e indiretos

Além de verbos transitivos diretos e verbos transitivos indiretos, há os verbos transitivos diretos e indiretos, com dois complementos numa mesma frase: um objeto direto e um objeto indireto; um objeto sem preposição e o outro com preposição obrigatoriamente.

Exemplos:

Note que não importa a ordem dos objetos, o imprescindível é ter os dois tipos de objeto.  


Gostaram de revisar o assunto? Deixe seu comentário.

 Na próxima edição, vamos estudar o predicado nominal.

 Até a próxima!


Referências

  1. TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. São Paulo: Scipione, 2011. 
  2. FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar Gramática. São Paulo: FTD, 2014. 
  3. MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva, 2007. 

Leia, ainda, os artigos anteriormente publicados em nosso blog. É só clicar nos links abaixo:

  1. Concordância Verbal
  2. Concordância Nominal
  3. Emprego da crase
  4. Regência verbal
  5. Sintaxe de regência
  6. Uso da vírgula
  7. Uso dos porquês
  8. Vícios de linguagem
  9. Colocação Pronominal
  10. Tipos de Sujeito

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